O projeto “Memórias do Clube da Esquina nas Escolas” acontece pela primeira vez em Belo Horizonte, tendo o movimento musical que despontou em Minas e reverberou mundo afora, o Clube da Esquina, como fio condutor. O projeto é direcionado a alunos, a partir do quarto ano, com idades entre 9 e 14 anos, e seus educadores, de 11 escolas públicas de Belo Horizonte e vai ser realizado durante os meses de junho a outubro de 2023. Na prática, a proposta é trabalhar o tema por meio de disciplinas como o português (literatura e leitura), artes, música, história e todas as disciplinas interessadas, e isso ao longo o ano letivo. Até o final do projeto, estima-se que cerca de 80 professores e 6 mil alunos participem das ações propostas.
O projeto “Memórias do Clube da Esquina nas Escolas” é um desdobramento do “Clubinho da Esquina”, destinado à chamada “primeira infância”, também direcionada a escolas municipais de Belo Horizonte. “Agora, o nosso público alvo é o aluno do 4º ao 9º ano”, explica Bianca Luar, coordenadora pedagógica da iniciativa.
Virgínia Câmara, diretora executiva do projeto, explica que nesta edição, o foco é a sensibilização e ampliação do repertório Cultural dos multiplicadores.“Buscamos levar até eles de forma criativa uma seleção do cancioneiro Clube da Esquina para a apropriação de atividades que possam dialogar com as mais variadas áreas de conhecimento. Cada educador participa do roteiro turístico Clube da Esquina, seguido de uma oficina de ideias, um laboratório para reflexão e criação de práticas
metodologicas condensadas por ciclos. As atividades exclusivas, referências bibliográficas e fonográficos são partilhadas entre as escolas para que o professor tenha suporte, validação, e fácil acesso a pesquisa e consiga trabalhar de forma lúdica e simples”.
Um outro eixo reforça alguns dos pontos mais icônicos da capital mineira, bem como seus patrimônios, consequentemente tratando não só da memória do Clube da Esquina, como também da história da cidade e do próprio estado de Minas Gerais.
“Trata-se de um projeto de cunho cultural, mas extremamente educacional. Usaremos, como pano de fundo, o contexto econômico e político principalmente a partir dos anos 1960, alavancados também pelos principais ativos do estado de cunho sócio-ambiental com foco na preservação e auto sustentabilidade”.
Nosso cerrado de altitude celeiro de muitas nascentes em paralelo a história da ocupação da capital e seus recursos minerais. prossegue Bianca que também é formada em Biologia e já atuou como biológa em diversos projetos frente ao Instituto de Gestão das Águas Mineiras , IGAM.
A educadora afirma que a escolha pelo Clube da Esquina como temática se deu inicialmente pelo marco dos 50 anos de fundação deste movimento que entrou para a história. Pioneira no que tange ao caráter educativo, artístico e cultural, a iniciativa vai se desdobrar em várias vertentes, como a co_criação de “Metodologias ativas para a interface da linguagem musical e outras áreas de conhecimento”. Tudo pensando não só na disseminação da informação, mas, também, nos aspecto sócio emocional dos alunos e educadores. Vivências lúdicas, exequíveis, potentes e divertidas.
“O aluno não conhecerá o mundo se ele não está presente na escola” “A ampliacao da estética da escuta, a literatura das canções e a rítmica e subjetividade da poesia das letras irão compor parte da memória afetiva musical de centenas de jovens e comunidade escolar.” Segundo Bianca Luar Ao todo, nove escolas municipais e duas estaduais serão contempladas com o projeto.
Desse número, duas estão localizadas no bairro de Santa Tereza – Escola Municipal Professor Lourenço De Oliveira e Escola Estadual Jose Bonifácio, enquanto as demais em diversas regiões de BH, principalmente em áreas de vulnerabilidade, sendo elas Escola Municipal Jonas Barcelos, Escola Municipal Heber Jose De Souza, Escola Municipal Domiciano Vieira, Escola Municipal Rui Da Costa Vl, Escola Municipal Senador Levindo Coelho, Escola Municipal Hilton Rocha, Escola Estadual Jose Miguel Do Nascimento, Escola Municipal Padre Edeimar Massote e Escola Municipal Franscisco Campos. “Estamos muito felizes de nesta edição podermos contemplar as quatro regionais”, conta Bianca.
Prevista para acontecer ainda neste mês de junho, a primeira etapa, que segue até agosto, consiste na capacitação de professores de forma presencial. Na segunda etapa, haverá o seminário online, em seguida Gts de pesquisa e criação de atividade para sub grupos de professores por área quanto a culminância, a realização dos trabalhos dos jovens nas escolas, junto com seu educadores. Na terceira e última fase, os jovens envolvidos irão apresentar esses trabalhos nas respectivas instituições de ensino, em eventos abertos às comunidades escolares e com a presença dos gestores dos projetos.
Nos meses de agosto e setembro, os estudantes participam, ainda, de caravanas que irão desembarcar no emblemático bairro de Santa Teresa. Nesta etapa, a ideia é que os alunos conheçam de perto alguns dos espaços da região que serviram de cenário para que o Clube da Esquina adquirisse a envergadura que caracteriza o movimento.
O projeto “Memórias do Clube da Esquina nas Escolas” é realizado pelo Espaço Estação das Artes – Bar e Museu Clube da Esquina, conta com patrocínio da Copasa, MGS e Sociedade Civil, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, e da
Prefeitura de Belo Horizonte e da Lei Federal de Incentivo à Cultura.